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Câmara dos Representantes vota pelo fim do 'shutdown' mais longo da história dos EUA
Câmara dos Representantes vota pelo fim do 'shutdown' mais longo da história dos EUA / foto: Brendan SMIALOWSKI - AFP

Câmara dos Representantes vota pelo fim do 'shutdown' mais longo da história dos EUA

A paralisação governamental (shutdown) mais longa da história dos Estados Unidos caminhava, nesta quarta-feira (12), para uma votação decisiva na Câmara dos Representantes, enquanto o presidente Donald Trump declarava vitória diante de uma oposição democrata frustrada e dividida.

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Os republicanos possuem uma maioria muito apertada no Congresso, mas o partido tem mostrado disciplina de voto em ambas as câmaras. Os democratas, por outro lado, parecem divididos entre uma liderança que quer manter a pressão sobre o governo e certos legisladores moderados que já romperam fileiras e chegaram a um acordo sob certas condições.

- Debate sobre a saúde -

Após seis semanas de bloqueio, o Senado votou na segunda-feira a favor do fim do fechamento, graças à participação de oito democratas e à oposição de apenas um republicano.

Os esforços dos democratas para tentar reabrir a grande discussão sobre os subsídios para a cobertura de saúde acabaram frustrados.

O Senado votou por reenviar à Câmara dos Representantes um texto que não compromete em nada nesse aspecto.

Os republicanos limitaram-se a prometer um debate separado, a curto prazo, sobre os auxílios para a cobertura de saúde de milhões de americanos.

O comitê de Regras da Câmara dos Representantes anunciou nesta quarta-feira que já aprovou por oito votos a favor e quatro contra a lei para reabrir o governo, o que indica que sua aprovação definitiva é provável no plenário.

"Vamos reabrir nosso país, que nunca deveria ter fechado", comemorou Trump.

Seus aliados no Congresso, o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, e o líder da maioria no Senado, John Thune, demonstraram firmeza ao longo de semanas de enorme pressão, que incluiu cancelamentos de voos em todo o país devido à falta de controladores aéreos — que não receberam salário por quase dois meses.

O presidente americano assegurou que a Câmara está pronta para prolongar os gastos públicos até janeiro. "Somente aqueles que odeiam nosso país querem vê-lo fechado", declarou à emissora ESPN.

- Nervosismo dos democratas -

O líder da minoria no Senado, o democrata Chuck Schumer, votou contra a reabertura, mesma posição mantida pelo chefe da bancada dos representantes, Hakeem Jeffries, nesta quarta-feira.

"A assistência médica das pessoas neste país está prestes a se tornar impagável", afirmou Jeffries.

A polêmica reside no "Obamacare", a reforma de saúde aprovada durante a presidência democrata de Barack Obama, que representava uma primeira tentativa de introduzir uma cobertura de saúde pública universal em todo o país.

Diante da crise da pandemia do coronavírus, o democrata Joe Biden estendeu em 2022 uma série de subsídios para ajudar milhões de americanos a pagar esta cobertura. O prazo dos auxílios expira no final do ano, o que pode fazer com que os valores subam consideravelmente.

Os republicanos argumentam que estes subsídios deveriam ajudar apenas as classes mais desfavorecidas e não se estender de forma indiscriminada.

Durante os acalorados debates sobre o 'shutdown' do governo, os republicanos também acusaram os democratas de querer beneficiar milhões de imigrantes sem documentos.

As pesquisas mostraram que a maioria da população atribuía a Trump e aos republicanos a responsabilidade pelo fechamento, já que eles dominam a Casa Branca e o Congresso. Mas sua unidade permaneceu quase sem fissuras, enquanto a indignação crescia na opinião pública.

O nervosismo acabou pesando mais nas fileiras democratas, que há apenas uma semana comemoravam uma série de vitórias em seus redutos eleitorais, incluindo a eleição de um prefeito que se autodeclara socialista em Nova York.

A renovação geracional acelera neste partido. A veterana líder na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, anunciou sua aposentadoria na semana passada, e Schumer aparece cada vez mais questionado no Senado.

D.Hernandez--BT