

Trump terá palavra final sobre trégua comercial com a China
Pequim e Washington descreveram nesta terça-feira (29) como construtivas suas negociações comerciais de dois dias na Suécia, embora os representantes americanos tenham afirmado que o presidente Donald Trump terá a palavra final sobre a duração da trégua nas tarifas entre os dois países.
"Nada está decidido até falarmos com o presidente Trump", disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent. Ele e o delegado de Comércio Jamieson Greer, que representaram os Estados Unidos na Suécia, vão conversar amanhã com o presidente americano, que terá "a palavra final", insistiu Greer, que indicou que uma eventual nova pausa duraria 90 dias.
Um pouco antes, o representante comercial da China Li Chenggang disse que as duas partes "vão continuar trabalhando" por uma prorrogação da trégua tarifária, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.
Lideradas no lado chinês pelo vice-premiê do país, He Lifeng, as discussões tinham entre seus objetivos uma prorrogação da pausa de 90 dias negociada em maio em Genebra, em vigor até 12 de agosto, que permitiu encerrar as represálias mútuas que levaram à aplicação de tarifas proibitivas.
Isso havia permitido reduzir as taxas alfandegárias sobre os produtos americanos e chineses, respectivamente de 125% e 145%, para um nível muito mais moderado, de 10% e 30%, que se somam às já existentes.
Os representantes das duas maiores economias do mundo trocaram opiniões sobre as principais questões econômicas e comerciais, e planejam manter uma comunicação próxima, disse Li Chenggang, citado pela Xinhua.
Os negociadores americanos expressaram preocupação com a compra pela China de grandes volumes de petróleo russo e iraniano, ressaltou Scott Bessent.
- Semana decisiva -
As negociações na Suécia ocorreram em uma semana decisiva para a política comercial do presidente Trump, uma vez que as tarifas aplicadas à maioria dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos sofrerão um aumento abrupto em 1º de agosto. Vários países se apressam para fechar um acordo com Washington.
Após uma reunião na Escócia com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Trump anunciou no domingo que a União Europeia aceitou tarifas de 15% e se comprometeu a investir 600 bilhões de dólares (3,32 trilhões de reais) adicionais nos Estados Unidos, sem especificar quando.
Indonésia, Japão, Filipinas, Reino Unido e Vietnã já fecharam acordos com Washington. Todos sofrerão aumentos tarifários de 15% a 20%.
Até o momento, não se obteve nenhum acordo duradouro entre Pequim e Washington, mas houve avanços em temas considerados essenciais por ambas as partes. Os Estados Unidos conseguiram flexibilizar as restrições à exportação de terras raras chinesas, enquanto a China viu seu acesso aos semicondutores americanos mais avançados ser parcialmente restabelecido.
Q.Henao--BT